Leitura: Mateus 26:47-56
Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=iDM0aWoxWss
Judas precisou combinar um sinal para os soldados não prenderem a pessoa errada. O beijo, que era tão comum na época quanto um aperto de mão nos dias de hoje, seria o sinal. Judas avisa que tão logo beijasse Jesus os soldados deviam prendê-lo. Ele bem sabia que em outras ocasiões Jesus escapara milagrosamente das mãos dos que queriam fazer-lhe mal.
Ao contrário dos filmes de Hollywood, que sempre escolhem o ator mais bonito para o papel de Jesus, o verdadeiro Jesus era um homem de aparência tão comum quanto os outros discípulos, daí a necessidade de Judas apontá-lo para os guardas naquela noite escura. O profeta Isaías escreveu que nenhuma beleza havia nele para nos atrair. Se você encontrasse Jesus na rua naquela época, dificilmente se interessaria por ele. E hoje é impossível você ser atraído a ele se não existir uma obra do Espírito Santo de Deus em seu coração. O homem, em seu estado natural, caído e inimigo de Deus, jamais desejará qualquer contato com Jesus.
Quando Pedro vê Jesus preso, não consegue se conter. Puxa da espada e ataca um servo do Sumo Sacerdote, decepando-lhe a orelha. Nos últimos dois mil anos a cristandade tem feito exatamente isso, usado da espada sob o pretexto de defender os interesses de Jesus. Tudo o que conseguiu foi decepar milhões de orelhas e criar uma multidão de pessoas que já não têm ouvidos para a Palavra de Deus.
Os soldados podiam prender Jesus, mas não podiam prender sua misericórdia e compaixão, por isso ele cura o homem que teve a orelha decepada. Até mesmo sua prisão só ocorria porque os desígnios de Deus não podem ser frustrados. Acaso não podia ele convocar imediatamente milhares de anjos para defendê-lo? É claro que sim.
Se você estivesse ali, quem você seria? Judas, o traidor? Certamente não. Talvez um dos soldados, alegando estar apenas cumprindo ordens. O problema é que ninguém pode alegar inocência ao levantar um dedo contra Jesus. Depois do que eu falei da cristandade, que historicamente sempre apelou para as armas sob o pretexto de estar defendendo Jesus, você provavelmente não gostaria de ser Pedro ali. Afinal, poucas horas depois o mesmo Pedro, tão confiante em si mesmo, negaria conhecer Jesus. Querer ser qualquer um dos outros discípulos também não parece boa ideia, pois o texto diz que todos fugiram, abandonando Jesus.
Não, você não pode ser nenhum deles, mas se quiser realmente ser salvo, terá de reconhecer que é tão mesquinho quanto Judas, tão indiferente quanto os soldados, tão violento quanto Pedro e tão covarde quanto os outros discípulos. Daquele momento em diante Jesus está só, e é assim, sozinho, que deve cumprir a obra para a qual foi designado: morrer como o Cordeiro de Deus e derramar o seu sangue para purificar pecadores tão maus quanto eu e você.
Nos próximos 3 minutos Jesus é julgado.