Leitura: João 19:38-42
Vídeo: http://youtu.be/RBvfgqC4sgQ
O capítulo 19 do evangelho de João termina com o fim da carreira de três pessoas: Jesus, José de Arimatéia e Nicodemos. Jesus encerra sua carreira aqui cumprindo a obra que o Pai lhe havia dado: morrer como um sacrifício em lugar do pecador. Logo ele ressuscitaria e subiria ao céu onde permanece até hoje.
Durante o julgamento e morte de Jesus os apóstolos evitaram qualquer associação com o condenado. Pedro chegou até a negar que o conhecia. É nessas horas que vemos aqueles que se gabam de sua fidelidade saírem de cena, e os mais improváveis tomarem o seu lugar. É o que acontece com estes dois homens, José de Arimatéia e Nicodemos.
Ambos tinham uma carreira bem sucedida como homens públicos e membros do sinédrio, o poder legislativo de Israel. Eles eram o que hoje chamamos de senadores, e Nicodemos também pertencia à seita dos fariseus, os líderes religiosos que perseguiam a Jesus.
Nicodemos aparece no capítulo 3 deste evangelho conversando com Jesus à noite, com medo de ser visto em sua companhia. No capítulo 7 ele aparece um pouco mais ousado, defendendo Jesus diante de outros senadores e fariseus. Agora nós o vemos com José, pedindo a Pilatos para liberar o corpo de Jesus. Quem mais poderia fazê-lo? Os pescadores Pedro, Tiago e João? Não, Pilatos jamais receberia alguém que não fosse do seu nível social. Deus os preparou para essa hora.
Ambos tinham sido discípulos de Jesus secretamente, mas isso acaba aqui. A partir de agora todos saberão que eles são tão dedicados a Jesus que não se importam de enterrar suas carreiras junto com o cadáver. A partir de agora eles serão rejeitados e perseguidos como qualquer outro cristão.
José cede seu próprio sepulcro. Nicodemos traz mais de trinta quilos de unguentos aromáticos. Os dois homens passam o unguento no corpo de Jesus enquanto o envolvem em faixas de linho. A Lei dos judeus considerava imundos aqueles que cuidavam de cadáveres, mas José e Nicodemos não estão preocupados com isso.
O apóstolo Paulo, outro nobre fariseu, um dia também deu adeus à sua carreira e chamou de esterco toda a sua bagagem social e cultural ao compará-la com o privilégio de conhecer a Cristo. Hoje, no céu, Paulo, José e Nicodemos não têm dúvidas de que valeu a pena assumir publicamente sua fé em Jesus. O mundo não era digno daqueles homens e continua não sendo digno de todos os que assumem uma posição por Jesus, à vezes ao custo de uma carreira, de familiares e amigos, ou mesmo de um relacionamento afetivo.
Como lição de casa sugiro que você leia o capítulo 11 da carta aos Hebreus, e conheça alguns dos milhões que fizeram o mesmo antes mesmo de Jesus ter vindo ao mundo. E nos próximos 3 minutos, Maria Madalena tem uma surpresa.
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